Imagem retirada do blog vovotinharazao.blogspot.com.br |
As manifestações de
junho do ano passado me marcaram com uma desolação e decepção
profunda com a nossa sociedade e estágio de evolução política,
seguida de um forte sentimento de esperança e crença na mudança e
que logo se encerrou com total falta de fé na humanidade e na
possibilidade de vivermos de forma harmônica.
O que parecia um grande
movimento de despertar para tudo que está errado, contra o abismo
que se formou entre políticos e cidadãos, representantes e
representados, se mostrou logo depois como simples histeria social,
vontade individual de reconhecimento social e uma vontade
incontrolável (ao estilo BBB) de ter registro pessoal em momentos
históricos. “Eu estive lá!” “Todo mundo está na rua!” “Vou
poder contar para os meus filhos...” Enfim, muitos não foram às
ruas cientes do que aquilo representava, muitos talvez nem
quisessem uma mudança real. O resultado foi a aberração de uma
marcha pedindo a volta dos militares, o total enfraquecimento
desaparecimento do movimento e esquecimento do acontecido e da
indignação, que - pelo menos, eu acreditei – era geral.
Tempos depois chegamos
às eleições gerais de 2014. Que desespero! Falta uma semana e eu,
simplesmente, não tenho ideia do que fazer com meu voto.
- Mantenho no poder um partido que me decepcionou em seu primeiro mandato? Que sequer iniciou as reformas sociais em educação tão esperadas por quem deu seu voto de confiança? Que se mostrou tão ou mais sujo quanto seus opositores?
- Faço voltar um partido que na época em que governava todos reclamavam, não iniciou nenhuma reforma social também, está envolvido em várias denúncias de corrupção e por fim seu candidato a presidente, em várias oportunidades, deixou claro acreditar na existência de um “homem de bem” a ser protegido e tudo que isso implica?
- A outra opção é uma candidata dissidente do partido governista, com luta na área ambiental, teoricamente comprometida com a ética (mas já surgem indícios de caixa dois e uso de laranjas), que não pára de falar em uma nova política, mas não explica como vai funcionar e pretende defender os direitos da minoria com plebiscito (Medo!!!). Além de ser evangélica criacionista, o que para mim representa a parte da sociedade mais retrógrada, intolerante e preconceituosa. Não, ela não costuma misturar religião e política. Mas sabendo sua opção religiosa me preocupa caso ela tenha que se posicionar em temas que envolvem polêmica religiosa.
- Existem ainda dois candidatos nanicos: uma que parou na década de 70 e outro maluco beleza que fala umas coisas legais, contesta os candidatos grandes, mas que também já foi envolvido em escândalos.
- Paro por aqui porque não considero loucos homofóbicos, religiosos odiosos e preconceituosos opções.
Neste cenário, a
vontade é morrer antes de 5 de outubro, mudar de país ou planeta.
Como decidir quando as opções são inviáveis? O que fazer? Votar
no menos pior (como se essa avaliação fosse fácil)? Anular meu
voto para não compactuar com um sistema falido que não representa
mais ninguém ou, pelo menos, não a mim?
Socorrooooo!!!!
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